segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Fracasso Emocional



Eu não consigo evitar esse sentimento de fracasso, eu não consigo evitar o sentimento de insuficiência, esse sentimento de travar uma batalha perdida.
Ninguém é capaz de entender e eu não pareço capaz de explicar. Eles olham para mim e dizem que eu sou jovem, que encontrarei alguém que me ame. Mas eles não sabem, ninguém pode saber, tantos morrem só. 
Porque tantos morrem só? É uma pergunta que eu não sou capaz de responder, mas que me atormenta dia após dia.Eu invejo esses que não se incomodam, que encontram outros sentidos na vida, sentidos que não dependem de outro alguém, eu realmente gostaria de saber o segredo, mas não sei.
Eu não sei o que há de errado comigo, o que me coloca num patamar tão inferior a todos ao meu redor, que seguem suas vidas felizes com seus pares, que carregam esse precioso segredo, essa brilhante habilidade de ser amado.
Talvez eu não seja bonito o bastante, talvez seja cheio de doenças ou talvez minha personalidade não seja interessante, talvez tudo junto. Mas dói tanto perceber que embora eu me esforce tanto para ser a melhor versão de mim mesmo eu não sou o suficiente, e talvez eu nunca serei por que tantos morrem só, e talvez eu seja um deles.

sábado, 7 de novembro de 2015

Agonia

Art by: Agnes Cecile.



Aos deuses eu peço que ouçam minhas preces, que suavizem a dor da minha alma e soprem novamente em meus pulmões o fôlego da vida, porque a cada dia eu desejo por paz, a cada dia eu desejo partir para o êxtase dionisíaco e nunca mais voltar, abandonar a razão, enlouquecer, quebrar completamente os laços com a realidade.

Será possível que existam pessoas que não estão preparadas para esse mundo? Será que todas as pessoas sentem a dor da forma que eu sinto, será que todos desejam dormir para sempre quando se deitam no travesseiro e se sentem fracos por não conseguirem por um fim a tudo e ao mesmo tempo se questionam, é isso que eu realmente quero?

Quero abraçar a inexistência como quem abraça o verdadeiro amor ou quero verdadeiro amor para abraçar a existência? Se eu já sinto o mundo como um abismo escuro não faria diferença se fechar a toda a luz, mas do outro lado não haveria chance de acender a luz e encontrar amor, e aqui? Existe essa possibilidade? Eu não sei se acredito nela, mas desejo.

Desejo a todo instante que alguém acenda a luz e me encontre nesse abismo que habito em vida, à sete palmos do chão, sem amor puro, sonhando com uma realidade que jamais conheci, sonhando que um dia alguém vai olhar pra MIM e ver de fato quem eu sou, e vai me amar pelo que eu sou e não por ideais sobrepostos em mim, ideais que me soterram e ameaçam me destruir, eles tomam meu ar todas manhãs e eu grito para que eles me enxerguem, mas eles não querem ver, eles amam seus ideais, eu sou só o invólucro deles, uma boneca sem essência pronta para servir de deposito, pronta para ser violentada e invadida, habitada por fantasmas que não existem, mas que me perseguem.

Pobre Nero está perdendo a cabeça, foi ele que incendiou roma ou foi Julio César? um fantasma poderia destruir uma vida? ou seriam ambos inocentes e o culpado escapa na calada da noite?

QUEM É O CULPADO? Gritam os cidadãos desesperados enquanto suas cabeças ardem, mas o culpado está oculto.

Sou eu Nero, É o fantasma? Ou o gato que se esgueira na calada? 

Mas que tolice, Nero, não vês tu que é arrogância pensar no mundo de outra forma,
 esta é sua realidade, abrace a tua família e aceite a misericórdia de uma vida não vivida, se seu coração bate, deves sorrir,
 como um fantoche.
Porque a matéria é a única coisa que importa, 
seu coração deve morrer, para que o seu sangue possa viver, 
por que o sangue traz peso,
 o cheiro de ferro que tem o sangue é equivalente ao peso que ele traz às veias,
 se quiser ser livre CORTE AS VEIAS, 
deixe ir o sangue que lhe foi dado com tanto zelo, 
libere os fantasmas de seu corpo, 
você os aprisiona com sua vida miserável,
 isto que bate em seu peito faz todos a sua volta sofrerem, 
pare o seu coração, mate a si mesmo ou mate o seu corpo.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Esvanecer...



Antes de começar a escrever esse texto eu já sabia que essa seria a imagem a ilustrar, o dente-de-leão. Eu sempre gostei desse simbolo por causa da lenda que diz que ao fazer um pedido e soprá-lo você seria atendido, além disso as pessoas aparentemente também associam ele com liberdade, é engraçado porque eu nunca o vi dessa forma, na verdade, a razão pela qual eu escolhi ele foi porque ele me remete ao esvanecer.

Há um tempo uma cena volta e meia surge na minha cabeça, na cena estou andando contra o vendo forte que gradativamente vai me desmanchando, como um dente-de-leão. Essa cena sintetiza perfeitamente a forma como tenho me sentido, cada vez mais eu sinto vontade de simplesmente esvanecer...

O vento que dilui o dente-de-leão é facilmente associado as adversidades da minha vida, isso porque embora cause um excesso de pressão no dente-de-leão o vento não costuma ser forte, não precisa ser, porque o dente-de-leão é fraco demais e se esvai com qualquer brisa. Eu me sinto mal frequentemente por ficar tão abalado, tão afetado por coisas que para outros são parte da vida. Eu me sinto culpado ao perceber que os problemas que para mim são absolutamente terríveis e insuportáveis, não são NADA comparados ao sofrimento de tantas outras vidas mundo afora. Eu devia me sentir grato, não deveria? Porque eu sinto vontade de não existir?

E embora eu tenha consciência do quão terríveis podem ser os sofrimentos dos outros isso não ajuda, eu simplesmente olho para o mundo e vejo um mundo onde eu não quero estar. A cada dia mais só piora, eu só consigo enxergar as desgraças, as tristezas, as discriminações, a dor. Eu tento me lembrar das coisas boas que a vida tem pra oferecer, das coisas boas que eu já tenho, mas parece tão pequeno! A sociedade é uma luta de poderes onde ninguém se importa com ninguém, e quem se importa é duramente hostilizado. Eu simplesmente não sinto vontade de ser parte disso. É como se as coisas boas do mundo estivessem em uma onda de transmissão que parei de captar, e por isso as coisas ruins se tornaram demônios indestrutíveis, porque agora só elas eu consigo ver.

E assim esse sentimento é tão desesperador que eu só quero que passe, eu só quero esvanecer, não sentir mais nada, não fazer mais parte desse mundo de forma nenhuma. 


terça-feira, 28 de outubro de 2014

Dezoito, a idade do sucesso?

Hoje é dia 28 de outubro e eu estou às vias da maioridade que me chega oficialmente no dia 29.

Wow! Acho que eu espero por isso desde os 13 anos de idade, nem consigo acreditar que chegou o momento... Acho que pra todo adolescente esse momento é como a chegada do messias, o simbolismo da almejada liberdade. Talvez seja por isso que o aguardo desse aniversário tem sido bem diferente dos demais, em geral eu sempre fui muito animado com aniversários, sempre representou um momento de comemoração, mas nunca significou mais que isso. Esse aniversário, no entanto, pra mim, vem tão cheio de expectativa e simbolismo que eu nem consigo expressar direito.


Essa semana eu tenho estado muito nostálgico, tenho escutado músicas que eu costumava ouvir com 14/15 anos, tenho visto posts dessa época no facebook e parece tudo tão absolutamente diferente! É assustador como a gente muda em três anos, mas também tem sido muito interessante olhar com outros olhos para esses momentos.

Eu vejo como eu me senti solitário aos 13 anos, e o quão triste eu era em vários sentidos, e olha pra mim agora? Estou vivo e quase maior... Em tantos momentos tudo o que eu quis era um adulto que me entendesse, mas isso eu nunca tive, eu fiquei preso nessa ebulição hormonal que é adolescência, pensando que nada mudaria, e que a chegada do messias da maioridade seria a salvação de todos os problemas. Se eu tivesse que dizer alguma coisa para o meu Eu púbere, com certeza seria: São apenas fases do desenvolvimento.

Não que eu me sinta """"adulto"""" agora, muito pelo contrário, para a psicologia a adolescência vai até os 20 anos, acho que dura até mais. Inclusive tenho estado numa vibe muito mais Peter Pan agora... Não vou me apressar pra entrar nos papéis sociais que a sociedade espera de mim, not at all!

Eu ainda quero sentar no chão com os meus amigos e falar sobre coisas sem sentido, eu ainda quero chorar quando fico com raiva, e eu ainda fico com raiva com muita facilidade, eu ainda penso mais em beijos e sexo que qualquer outra coisa no mundo e eu ainda me masturbo todos dias, eu ainda sou excessivamente auto-consciente, e ainda perco roupas por crescimento. Eu com certeza não sou um adulto seja lá o que ser um adulto signifique, e agora, diferente dos meus 13 anos, ser um adulto ão significa muita coisa.


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Fantasmas



Ok. Eu não sei como seguir em frente, eu admito.

Eu simplesmente não sei, é como se eu carregasse todo o meu passado nas costas, ressentindo e revivendo de tempos em tempos. E mesmo quando parece ilógico, mesmo quando ele serve apenas como arma de tortura contra mim mesmo, está lá vívido e forte, talvez escondido, adormecido, mas ainda vivo.

Rever textos, reler conversar antigas, rever fotos, e sentir cada uma delas rompendo uma veia dentro de você, uma hemorragia silenciosa de sofrimentos, cheia de dor, remorso, ódio e tristeza. Lágrimas de sangue que mancham as lembranças já sujas e destruídas de algo que simplesmente ficou no passado, mas continua te perseguindo saindo de um túmulo velho e deteriorado.

Eu ainda revivo cada sentimento com a mesma intensidade de antes, eu continuo ardendo em paixão, mas os sentimentos antigos se misturam ao ódio que se sucedeu, e ao desprezo depois disso. tudo gira numa enorme fornalha destrutiva dentro de mim.

Cada impulso não respondido, cada palavra não dita pulsa violentamente, e dói duplamente por que se misturar com a dúvida.Como calar os fantasmas tenebrosos que se alimentam do meu sofrimento e me assombram o tempo todo em meio aos risos sádicos?

Eu só queria ser capaz de perdoar, perdoar aos outros e também a mim mesmo.


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Luz da minha vida.



Eu queria tanto te contar o que sinto por você, e falar sobre os milhões de planos que imagino para nós.
Mas é difícil, por que eu sinto que enquanto mantenho pra mim, eu posso proteger esse sentimentos e planos, por que eles fazem parte de um mundo acessado exclusivamente por mim, e lá eles podem reinar e florescer, mas eles já não cabem lá, eles já são maiores que eu, e querem explodir de mim. 


Eu sinto eles explodindo quando penso em você pela manhã, logo quando acordo, eu sinto eles rastejando sob minha pele quando penso em te chamar pelo apelido que te dei, mas que nunca tive coragem de te dizer. Eu sinto eles inquietos quando meu coração palpita ao ver tua foto nova, e sinto eles me dominarem quando eu quero tanto te abraçar.

A questão é que sempre que penso em te contar, eu tenho esse medo de que esse sentimentos serão maculados, demorou tanto pra que eu tornasse a sentir algo tão bonito que eu tenho medo de qualquer coisa que possa mudar isso, seja por meio da rejeição ou por qualquer outra peça que a vida me pregue. Afinal, de alguma forma as coisas belas sempre são destruídas.

O jeito é despejar tudo isso nos ouvidos já cansados dos meus amigos mais íntimos, mas eu preciso expressar de alguma forma, mesmo por meio deste texto. Embora, seria uma morte interessante não seria? "Fulano explodiu com o amor nunca expressado"... Soa poético.


terça-feira, 11 de junho de 2013

Combustão Primaveril



Foi uma primavera muito quente, na verdade a mais quente que presenciei até esta data, naquele curto espaço de tempo a moderação primaveril deu espaço a um calor agressivo e abafado, um calor pulsante como o próprio fogo.

Quase acredito que essas estranhas condições climáticas eram apenas expressões da minha realidade interna, mas talvez não. Estando presente ou não, estas relações entre micro e macrocosmo, o fato é que foi nesse período que o conheci.

Neste dia o calor não tinha atingido seu ápice, mas já passava do habitual da época. E foi nesse sol luminoso e veranil que o notei. Era um figura deslocada, um tipo de personalidade extremamente cardinal que demonstrava claramente muita simplicidade de viver, e seu sorriso era tao luminoso que talvez afrontasse o sol que se impunha autoritário.

Agora, ao lembra eu quase consigo vê-lo através do ar trêmulo pelo calor, neste momento, contudo, é ainda exagero de minha memória falha e apaixonada.

Olhando do presente noto como tudo ocorreu de maneiro incomum, contrariando minha própria personalidade eu me aproximei dele, e foi então que o calor tomou as maiores proporções, os dias que se seguiram foram marcados pelas maiores temperaturas do ano.

Eu nunca me senti daquele jeito antes, nunca senti o ardor real da paixão correspondida até então, era algo novo e incrível, a sensação de arrebatamento era absolutamente devastadora, e isso era maravilhoso. Os dias e noites seguintes foram inesquecíveis e ficavam cada dia mais quente.

Um verão imponente e irreverente que se instaurou tirano numa frágil primavera, exatamente como o sentimento selvagem, por que sem dúvida o amor é selvagem, que se passava dentro do meu eu despreparado. 

Essas temperaturas extremas, dão uma sensação sufocante de que nunca vão acabar, é realmente agoniante, mas não no caso, afinal a ultima coisa que eu queria é que tal nível de contentamento combusto de alguma forma me escapasse como água que escorre por entre os dedos. 

Talvez, se eu tivesse notado na época as condições estranhas que cercam a história como noto hoje, estaria alerta para o que viria a seguir, ou talvez não... Afinal fogo não é água que escorre, fogo é energia que consome, não dá para controlá-lo, uma hora ele há de consumir os tolos que ousam se aproximar demais.

Aquele que me incutiu tal sentimento se foi para longe de mim, indomável como o fogo, é como se esse elemento dominasse todos os aspectos da narrativa! Mas, retomando, agora que ele tinha partido, o fogo que me consumia precisava se alimentar de algo, e então ele se alimentou de mim.

Eu queimei. 

Queimei como o plástico que derrete lentamente até se esvair. Queimei sem moderação. Caí em cinzas ao redor de mim mesmo, e, devo dizer, não vi esperanças para o "amanhã", mas a vida sempre recomeça, é claro que recomeça, e com o tempo  eu resfriei, a combustão tinha passado e consumido tudo o que existia, mas ainda havia esperança. Sim, sempre há.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Me sinto só, me sinto só... ♪



De uns dias pra cá tenho me sentido muito só. Não é algo que eu possa controlar. É um sentimento irracional. ele me aflige quando estou com fome, e quando estou comendo. Me aflige quando estou feliz e quando estou triste. As vezes me aflige quando estou no meio de várias pessoas...

É um sentimento incômodo, que fica ali parado, não é como uma dor, mas não da para ignorá-lo, ele me aperta o peito, me aperta o estômago e as vezes posso senti-lo rondando até minha mão.

As vezes ele me faz clamar por um abraço, e alguns abraços me fazem esquecê-lo por algum tempo, mas não muito, logo ele está lá. Ele vem de dentro pra fora e as vezes parece que vai rasgar meu abdômen e saltar pra fora.

As vezes ele me vêm aos olhos e me faz lacrimejar, as vezes eu choro, mas as vezes eu seguro o choro, por vergonha de alguém, ou as vezes de mim mesmo. E é quando ele me vem aos olhos que eu quase posso vê-lo. E vendo-o eu percebo que estar em meio a uma multidão não vai detê-lo, por que ele tem uma fonte de energia própria.

Não é falta de companhia, é falta de alguém. Não é falta de conversar, é falta de uma prosa específica, de um jeito de falar, de uma língua presa que me fazia rir por dentro, de uma voz enjoada e risonha que falava e não parava como se estivesse discursando para uma plateia, mesmo que ninguém estivesse realmente prestando atenção; é falta daquela risada exagerada, daquele jeito fanfarrão e exibicionista, daquele olhar de ressaca quase indecifrável, mas que pra mim era transparente, quase tão transparente quanto os cílios ruivos que lhe enfeitavam as pestanas...É falta do pedaço do meu coração que ficou preso no dele...