sexta-feira, 1 de junho de 2012

Devaneios Apaixonados - Seguindo Através de Peixes...



Vazio. É difícil, pra mim, explicar essa sensação, e ela que me acomete num momento. Ela é bastante complicada, mas imagino que, como tudo, sirva pra um aprendizado etéreo qualquer...

Eu não sinto a tristeza, não como antes, no entanto, também não sinto nada, ou talvez sinta algo que não consiga identificar. 

É como estar no topo de uma montanha, avistando apenas a natureza, a vida, a felicidade, mas incapaz de ser parte disso. É como olhar tudo através de um véu imperceptível, mas inviolável. É a solidão que se manifesta em meio a multidão.

É como flutuar no espaço sem objetivo, nem os corpos mais massivos apresentam atração relevante. É possível ver as estrelas, as explosões, as colisões, tudo com a intensidade rotineira das galáxias, mas sem intensidade alguma dentro de si.

As palavras que me atiraram nesse estado ainda ecoam em minha mente, vazias, como se nada representassem, mas instintivamente sei que representam tudo, e quando tomo consciência desse "tudo" elas se tornam cortantes como navalha. Significados e possibilidades demais, complicados demais, para uma frase de oito palavras, ditas tão displicentemente. 

Esse momento onde tudo é possível e nada é certo, um momento tão pisciano, tão simples e tão irritante, sim... essa indecifrabilidade é absolutamente irritante, e inquietante, mas talvez essa possa ser considerada a perspectiva do fim da inércia... Talvez. Afinal, depois de peixes sempre vem Áries e algo novo tem que começar, para abrir finalmente as portas por onde, no futuro, virá Leão, onde os objetivos, enfim tomaram forma certa. Até lá o escorpiano aqui fica vagando e extraindo tudo que conseguir deste porão sujo, onde pode haver tudo, se olharmos através da bagunça que se apresenta, mas para isso terei de arrancar o véu, e achar novamente a intensidade dentro de mim...