quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Me sinto só, me sinto só... ♪



De uns dias pra cá tenho me sentido muito só. Não é algo que eu possa controlar. É um sentimento irracional. ele me aflige quando estou com fome, e quando estou comendo. Me aflige quando estou feliz e quando estou triste. As vezes me aflige quando estou no meio de várias pessoas...

É um sentimento incômodo, que fica ali parado, não é como uma dor, mas não da para ignorá-lo, ele me aperta o peito, me aperta o estômago e as vezes posso senti-lo rondando até minha mão.

As vezes ele me faz clamar por um abraço, e alguns abraços me fazem esquecê-lo por algum tempo, mas não muito, logo ele está lá. Ele vem de dentro pra fora e as vezes parece que vai rasgar meu abdômen e saltar pra fora.

As vezes ele me vêm aos olhos e me faz lacrimejar, as vezes eu choro, mas as vezes eu seguro o choro, por vergonha de alguém, ou as vezes de mim mesmo. E é quando ele me vem aos olhos que eu quase posso vê-lo. E vendo-o eu percebo que estar em meio a uma multidão não vai detê-lo, por que ele tem uma fonte de energia própria.

Não é falta de companhia, é falta de alguém. Não é falta de conversar, é falta de uma prosa específica, de um jeito de falar, de uma língua presa que me fazia rir por dentro, de uma voz enjoada e risonha que falava e não parava como se estivesse discursando para uma plateia, mesmo que ninguém estivesse realmente prestando atenção; é falta daquela risada exagerada, daquele jeito fanfarrão e exibicionista, daquele olhar de ressaca quase indecifrável, mas que pra mim era transparente, quase tão transparente quanto os cílios ruivos que lhe enfeitavam as pestanas...É falta do pedaço do meu coração que ficou preso no dele...

domingo, 23 de dezembro de 2012

Caos Mental #2



Normalmente eu sou do tipo que leva tudo a ferro e fogo, nunca desisto de nada em nenhuma circunstância, mas ultimamente tudo parece tão... vazio.

Vazio de razão, vazio de importância, vazio de significado, tudo cinzento como antes de Dorothy chegar à Terra de Oz.

As vezes sinto vontade de simplesmente seguir pra um lugar diferente, um campo, ou uma praia, um destino exótico quem sabe, preferencialmente um lugar histórico, artístico... Um lugar que não houvesse conhecidos, um lugar que não houvesse imagens a se manter ou cobranças a cumprir.

Chegar lá e dizer que meu nome é Serafim, ou Alexandre, talvez Marco Antonio... Algo diferente, que me dissesse algo, que tivesse algum significado.

Conhecer pessoas deste lugar, seja ele qual for. Escutá-las, interpretá-las e entendê-las. Elas não esperariam algo de mim, e nem eu delas, logo não haveriam grandes decepções.

Sei lá, é uma vontade esquisita de começar tudo de novo, de um jeito novo, e com um pouco de sorte obter resultados inteiramente novos.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Devaneios Eróticos - I



Ri suavemente, e o som fez-se soar em meios aos ruídos que vinham de nossos lábios unidos, não era uma risada exatamente diferente de nenhuma anterior, porém existia uma leveza e uma sinceridade tão genuína que a tornava mais bela do que qualquer uma outra.

Junto dela veio o halito quente que ele exalava em cima de mim. Nossos rostos tão próximos que pude sentir seu cheiro, seu gosto, mas ainda não era o bastante, não era próximo o bastante, precisava de mais, mais força, mais intensidade, mais calor, mais... Ele. 

Senti minhas pernas ao redor de seu corpo, deslizando suavemente, subindo pela coxa até sua cintura, e dali descendo de novo, num ritmo gradual, mas inconstante. Abri os olhos e pude observar o caminho que meus dedos percorriam, descendo dos ombros até suas costas. Deslizando por cada nuance de seu corpo magro e de uma brancura marmórea, cada detalhe dele agora exaltado numa beleza inexplicável.

Tive minha contemplação abruptamente interrompida por um beijo intenso e desconcertante, nossas línguas dançavam enquanto nossos corpos se comprimiam um contra o outro, ansiando pela união, num desejo maior que nós dois, um desejo primitivo e avassalador. 

Suas mãos pegaram as minhas e prenderam contra a cama, num gesto de dominação insanamente excitante, abri os olhos novamente e vi nossas mãos entrelaçadas, pele branca contra pele negra, tão contrastante quanto complementar. Essa visão me fez perceber o quanto ele estava próximo a mim e por alguns momentos não havia nada além de nós, nada mais era importante, nada mais sequer existia, só havia eu e ele num universo criado por mim mesmo, corpo contra corpo, mão contra mão, língua contra língua e a felicidade me invadiu de forma tão intensa que ri novamente.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Desfaz


"Enquanto você está longe,
Meu coração se desfaz
Lentamente desfia
Em uma bola de fios
O diabo a pega
Com sorriso malicioso
Nosso amor
Em uma bola de fios

Ele nunca devolverá

Então quando você voltar
Nós teremos que fazer um novo amor

Ele nunca devolverá

Então quando você voltar
Nós teremos que fazer um novo amor

Enquanto você está longe,
Meu coração se desfaz
Lentamente desfia
Em uma bola de fios
O diabo a pega
Com sorriso malicioso
Nosso amor
Em uma bola de fios

Ele nunca devolverá

Então quando você voltar
Nós teremos que fazer um novo amor

Ele nunca devolverá

Então quando você voltar
Nós teremos que fazer um novo amor

Ele nunca devolverá

Então quando você voltar
Nós teremos que fazer um novo amor"